Na semana passada aconteceu em Vitória a 10ª Oficina de Inclusão Digital. Pessoas de todo país pertencentes aos programas de políticas públicas em inclusão digital, estudantes e pesquisadores do tema se encontraram para 3 dias de discussão.
Agora minha maior pergunta: discussão, debate de quem? Entre quem?
Fui para Oficina, acompanhada de 60 jovens nordestinos prontos a debater o que acontece na base, nas comunidades, o que exatamente essas políticas públicas estão desenvolvendo e o que vejo?
Vejo 3 dias de debates mal formulados, de pura politicagem, onde na mesa se encontravam representantes de governo e das grandes empresas, onde de maneira muito política, cínica e irreal eles mostravam seus grandes projetos no âmbito da inclusão digital...
E nós que na base, na raiz do problema sabemos que as coisas estão longe de acontecer da maneira com o qual eles estavam ali divulgando sem acesso a palavra, sem acesso ao debate, sem acesso a nada aliás...
O que esses jovens do Brasil inteiro foram lá ouvir? Foram ouvir que o que tá no papel, na boca de quem tem poder nada se refere a eles e suas realidades?
Agora me diga, para que serve a 10ª Oficina de Inclusão Digital? Se não para pura politicagem???
Ellen,
ResponderExcluirpelo que vc relata, o perfil da Oficina de Inclusão Digital mudou muito - tivemos uma época em que as bases tinham espaço para mostrar o que faziam, trocar experiências, reivindicar, discutir, propor. Resultado disso foi uma mudança muito interessante na compreensão do tema e nas propostas de ação.
Realmente, é dramático que essa dimensão tenha se perdido...
Agora, é encontrar outros fóruns onde possamos ter espaço, voz e vez.
bjs
É professora,
ResponderExcluirFoi muito debatido isso lá... Esse era o "papo de corredor", as pessoas da base e/ou que trabalham na base reclamando dessa troca de foco.
A Oficina foi criada exatamente para possibilitar o diálogo entre TODOS OS INCLUIDOS NA INCLUSÃO DIGITAL, mas infelizmente o que tivemos lá foi pura demonstração de poder político e empresarial...
Em uma das poucas mesas: Cultura, Comunicação e Juventude, onde esteve presente Isis Lima Soares – Rede Nacional de Formação do Programa Telecentros.BR – Polo Nacional; Sérgio Mamberti – Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura;Erlon Jose Paschoal – Subsecretario de Cultura do Governo do Espírito Santo – Programa Rede de Cultura Jovem; e como moderador: Wilken Sanches – Coletivo Digital.
A mesa começou nas palavras de Isis discutindo exatamente sobre a falta de oportunidade de ouvir das centenas de pessoas que estavam ali e que viviam a realidade de inclusão digital nas comunidades ou seja nas bases.
O incrivel que, quem assistia a plenária era em sua maioria (no minimo 90%) dos jovens do telecentros.BR de todo país. Em vista disso e da própria maneira o qual a mesa levou a plenária, foi aberto ao público a fala, a perguntas, relatos sobre a inclusão digital no campo.
Entretanto na terceira fala, a plenária foi fechada pela organização do evento para compensar o atraso que estava tendo na programação. Enquanto ministros, secretários e empresários de empresas de telecomunicações falavam, ninguém pediu para organizar o atraso...
Ficamos muito tristes com tudo isso e na reunião exclusiva dos monitores do telecentros para fechamento do evento isso bastante falado.
Espero que nos próximos anos o verdadeiro intuito do evento volte a todo vapor.
Resumindo, fiquei bastante decepcionada!